domingo, 2 de outubro de 2011

LIVRO "NEM CÉU NEM INFERNO" PARTE 16

Um sonido sutil coçou a minha orelha e me fez despertar do sono profundo no qual me encontrava. Abri vagarosamente um dos olhos a fim de descobrir a fonte daquele barulho levemente irritante. Então, pude analisar a sombra que adentrava lentamente o aposento, era a rainha Balkis.
-Psssiu – fez ao me enxergar desperto.
Ela se curvou e deixou um objeto dourado, o qual refletia o fino feixe de luz que alcançava o centro do quarto. Parou alguns segundos ao olhar fixamente em meu único olho aberto. De repente, fechou a porta com uma força brutal, o que ocasionou o despertar dos restantes. Subsequente ouvimos alguns passos pesados do lado de fora. Vozes animalescas sibilavam o nome Balkis. Corri e tentei buscar um buraco na porta para compreender aquilo que ouvira. Achei um, tristemente minúsculo. Mais uma vez, com apenas um olho, pude fitar a silhueta de Balkis e, logo depois, dois gigantes, que a alcançaram e grotescamente a tapearam. Ela foi ao chão tal como um pedregulho lançado ao léu por mãos provincianas, ou seja, ela caiu como uma jaca podre.
-Ha...ha..haha..ha. – Uma senhorinha gorda e de aparência enfadonha, com os olhos de panda e uma incomum careca salpicada com longos negros fios, tilintava uma risada sofrível e com algumas pausas involuntárias acompanhada de uma tosse cheia de catarro.
Os dois gigantes chutavam a rainha de um lado para o outro, para mim ela já estava desfalecida, o que foi comprovado quando a velha nojenta fez um sinal para que eles findassem com a brincadeira e a rainha permaneceu imóvel.
-Onde será que essa mentecapta escondeu a chave? Se Aleister descobre que eu me descuidei, não sou capaz nem de imaginar que fim ele daria a mim. Andem, comecem a procurar ao redor suas bestas! – A velhusca ordenou aos seus subordinados.
Nos entreolhamos e, unissonamente, fitamos o objeto deixado pela rainha há pouco. Chegamos a conclusão de que aquela era uma chave, obviamente a chave que a velhustra citara.
Os passos dos gigantes denunciavam a intenção de entrar no aposento, que fora confirmada quando eu, novamente, olhara pelo buraco. Voltei-me para a chave e, instintivamente, a segurei numa tentativa inocente de resguardá-la. Subitamente, uma forte luz foi emitida da chave, a porta se abriu, os gigantes fitaram a chave, os outros fitaram a chave, eu fitei a chave, os gigantes vinham em minha direção, todos pularam e se agarraram a chave, o que fez com que dez dos dezessete infantos que ali estavam sumissem como um pum envergonhado.

5 comentários:

Davi Drummond disse...

salve, hugo

vim verificar teu blog porque gostei do seu comentário em meu blog. achei inteligente, sensato e bem escrito, coisa rara hoje em dia. gostei muito daqui e de sua proposta, valeu a vinda.

to seguindo teu blog e quando tiver um tempinho vou ler o material com mais calma. é raro achar um blogueiro que vale a pena realmente, e você é um deles. só podia ser aquariano, como eu =))

abraços!

Unknown disse...

infelizmente só descobri o seu bloog agora. vou começar a ler o seu livro. estou curioso. se quiser me segue também! valeu. blogestarcomvoce.blogspot.com (ps: facebook - Cicero Edinaldo)

Nexa disse...

...Embora a demora de sempre pra postar, vale sempre a pena tirar um tempinho pra "degustar" das tuas obras!!
Nem me surpreendo mais qdo leio suas publicações, porque sei que sempre vão ter conteúdo, a cada capítulo postado me prendo cada vez mais a história e fico sempre com um gostinho de quero mais... Só espero que vc não demore muito pra postar o proximo capítulo, e chegue logo a um finalmente.. hahaha
É isso ai Scapellin .. Sucesso pra você migãooo sz

Tempestades de ideias! disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leandro Nith disse...

E aí, Hugo. Comecei lendo o último capítulo mas corri rápido para o primeiro. Quero e vou acompanhar seu livro.
Se não lembra de mim, entra lá no meu blog:
http://leandronith.blog.terra.com.br/
Abração.